História do Karate

Considerada uma das principais artes marciais japonesas, a origem do karatê acontece no século XV no pequeno reino de Ryukyu, grupo de ilhas localizado atualmente no sul do Japão e que formam a atual Província de Okinawa, combinando influências chinesas e japonesas. O então reino independente tinha conexões culturais e comerciais com a China. Por isso, muitas delegações chinesas viajavam para Okinawa e, como parte do intercâmbio cultural entre as duas nações, muitos mestres de artes marciais chineses chegaram em Ryukyu e influenciaram as artes marciais locais.

- No Século XVII, o clã do sul do Japão conquistou Okinawa e, por conta da situação política do país na época, eles optaram por não se impor propriamente sobre Okinawa, mas utilizá-la como uma rota para a China. Um mito bastante famoso é que os samurais japoneses, quando conquistaram Okinawa, não permitiam o uso de armas e, por conta disso, o karatê surgiu como uma maneira de enfrentar os samurais sem armas, mas isto é só um mito. Havia algumas restrições, mas elas não eram tão estritas como se conta. Além disso, o domínio japonês em Okinawa não era direto, então os samurais não costumavam estar presentes na ilha. Houve algumas rebeliões, mas não contra os samurais - explica Yiftach.

Esta foi a situação até meados do século XIX, quando o Japão decidiu se reabrir para o Ocidente, na época que ficou conhecida como Era Meiji. Com fortes sentimentos nacionalistas, o Japão anexou Okinawa e os habitantes locais se dividiam entre ele a China. Em 1894, o Japão venceu a Guerra Sino-Japonesa e os grupos pró-Japão se fortaleceram, intensificando o nacionalismo japonês na província. Na época, a arte marcial era comumente conhecida só como Te - “mãos” em tradução literal, que também simbolizava a ideia de técnica -, mas também era encontrada a forma Kara-te (Mãos Chinesas). Por conta da tensão entre os dois países na época, o nome se tornou impróprio e a grafia foi substituída por um homófono que significa “Mãos Vazias”, forma como se espalharia por todo o arquipélago.

- Nas primeiras décadas do Século XX, muitos mestres de Okinawa começaram a ir para as principais ilhas do Japão para disseminar o karatê e fazê-lo ser incluído no Botoku Kai, organização que reconhecia as artes marciais de origem japonesa. Nos anos 30, o karatê se juntou a estilos como o judô e o jiu-jitsu e foi reconhecido oficialmente como arte originária do país - conta o mestre.

Durante sua expansão, o karatê se desenvolveria em diferentes estilos. A Federação Brasileira de Karatê (FBK) reconhece cinco deles: Goju-Ryu, Shotokan, Wado-Ryu, Shito-Ryu e Shorin-Ryu. Já a Federação Mundial de Karatê (WKF) desconsidera o Shorin-Ryu e reconhece apenas os outros quatro oficialmente. Entretanto, dezenas de subestilos e variações podem ser encontrados ao redor do mundo hoje em dia.

- Quando o karatê se chamava apenas Te, estava concentrado em três cidades de Okinawa: Naha, Shuri e Tomari. Existiam o Naha-Te, o Shuri-Te e o Tomari-Te, já que cada lugar tinha seus próprios mestres. Havia um intercâmbio entre os diferentes dojôs, mas cada um tinha suas próprias técnicas de acordo com os estilos trazidos da China e o físico e personalidade de cada mestre - explica Yiftach, que completa:

- Quando chegou ao Japão, a ideia era disseminá-lo. Algumas técnicas foram abandonadas porque não eram muito comerciais. Além disso, os mestres começaram a ensinar karatê nas universidades, tendo que adaptar as aulas para grupos maiores. Como os alunos só tinham três, quatro anos para aprender na universidade, eles enfatizaram os chutes, socos e sparring, deixando para trás técnicas de corpo-a-corpo como estrangulamentos, chaves e quedas. Isto também foi uma forma de diferenciar o karatê dos outros estilos japoneses, como o judô e o jiu-jitsu.


Quem exerce um papel importante neste processo é o fundador do estilo Shotokan, Gichin Funakoshi, que é hoje reconhecido como Pai do Karatê Moderno. A partir de suas aulas estruturadas com o uso de técnicas de longa distância, jovens praticantes começaram a treinar para se enfrentar em competições, o que se tornou o foco principal deste estilo. Outros estilos se mantiveram mais relacionados com o karatê tradicional, focados na defesa pessoal – tanto de civis quanto das forças policiais de Okinawa, que utilizavam as técnicas para capturar e neutralizar criminosos com o mínimo de dano possível.

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